Não sei
Como posso silenciar nas palavras
o significado que a palavra contém?
A cada palavra escrita, grita em ecos
o que silenciosamente morre
após viver o sentido que a habitou
A cada palavra dita
bendita seja na lavra que a expressou
Maldito ensejo no que tão cedo provocou
A cada vez que penso em Deus
vejo-me espelho e nele vejo-me a ver-me
E o que penso ser
sendo o que sou,
nada diz-me que suplante a palavra emudecida
Tristes são as moradias dos homens
Habitadas por luzes interrompidas
Presumidas falácias dos dias findos
Habito-me sem ter onde morar
Não alugo estrelas
Apenas o brilho faz-me albergar
É hora, sempre é hora
Como se o tempo fosse acabar
Nada me parece ser o que sempre é
E tudo é o que parece ser a única verdade
escondida por detrás dos tempos
Os vulgos constroem escombros
com ar edificante
Sombras de quimeras
Nada mais do que simples eras
A passar e repassar
2 comentários:
Lindos poemas que aqui LI !...
ABRAÇO
ConchitaMC.
Querido Leandro,
Como não ficar presa, às tuas palavras, que compõem poesia. A tua.
És perfeito, na habilidade de as conjugares. És um verdadeiro talento.
1 Bj*
Luísa
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