sábado, julho 29, 2006

Não sei


Como posso silenciar nas palavras
o significado que a palavra contém?
A cada palavra escrita, grita em ecos
o que silenciosamente morre
após viver o sentido que a habitou

A cada palavra dita
bendita seja na lavra que a expressou
Maldito ensejo no que tão cedo provocou

A cada vez que penso em Deus
vejo-me espelho e nele vejo-me a ver-me
E o que penso ser
sendo o que sou,
nada diz-me que suplante a palavra emudecida

Tristes são as moradias dos homens
Habitadas por luzes interrompidas
Presumidas falácias dos dias findos

Habito-me sem ter onde morar
Não alugo estrelas
Apenas o brilho faz-me albergar

É hora, sempre é hora
Como se o tempo fosse acabar
Nada me parece ser o que sempre é
E tudo é o que parece ser a única verdade
escondida por detrás dos tempos

Os vulgos constroem escombros
com ar edificante
Sombras de quimeras
Nada mais do que simples eras

A passar e repassar

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindos poemas que aqui LI !...

ABRAÇO
ConchitaMC.

luadepedra disse...

Querido Leandro,

Como não ficar presa, às tuas palavras, que compõem poesia. A tua.

És perfeito, na habilidade de as conjugares. És um verdadeiro talento.

1 Bj*
Luísa