Salamandra
À primeira vista parecia ser amor
Mas foi a queima-roupa
Que senti nossas chances nesse ardor
Teus sentimentos em carne viva
A flor de tua pele ousei colher
Pétalas de quem ama
Arranjam-se em vaso
De um invisível Ikebana
Todos os glóbulos em fogo
Consumiam avidamente
o que de olhos fechados podíamos ver
Se isso é amor ainda não sei
Pois se dizer que sei
Espanto revoada de azulões
Emudeço trovões
Desafino sinfonias
Trinco pote de jade
Incinero, tal como Nero,
O bem à maldade
Apenas sei ao dizer: “com quem andas?”
O que sou, abraço em esquecimento
E no suor-combustível
Amam-se duas salamandras
quinta-feira, dezembro 29, 2005
segunda-feira, dezembro 12, 2005
Lucidar
Não quero ser lúcido além da conta
que eu no final da brincadeira, não possa pagar
Não divido dúvidas
Não quero dívidas
Generoso, divido minha ignorância com os cegos
Sou o parênteses da equação matemática
Anátema do entendimento pretérito mais que perfeito
Lucidez é acidez pr´alma
acostumada a não deixar de ser a mesma nunca
Não quero ser super-homem
de uma vida sem quadrinhos
Quero meu pull over azul marinho
incinerado no dia de minhas cinzas
Sentar na minha poltrona quando estiver na lona
e dormir pra não sonhar que estou acordado no mesmo lugar
A lucidez me desespera porque me faz ver o que não posso definir
E a quem definir?
Receio amar o desespero e espero tê-lo a levar o ar que me sufoca
Lucidez é luz que clareia e mostra meus aposentos feridos
Sentimentos retidos na vida prisão
Na falta de não fazer, (re)existo
Deixa-me surdo de silêncios
O fermento que aumenta
E atormenta meu breve espaço pra sonhar
A loucura que é lucidar
Não quero ser lúcido além da conta
que eu no final da brincadeira, não possa pagar
Não divido dúvidas
Não quero dívidas
Generoso, divido minha ignorância com os cegos
Sou o parênteses da equação matemática
Anátema do entendimento pretérito mais que perfeito
Lucidez é acidez pr´alma
acostumada a não deixar de ser a mesma nunca
Não quero ser super-homem
de uma vida sem quadrinhos
Quero meu pull over azul marinho
incinerado no dia de minhas cinzas
Sentar na minha poltrona quando estiver na lona
e dormir pra não sonhar que estou acordado no mesmo lugar
A lucidez me desespera porque me faz ver o que não posso definir
E a quem definir?
Receio amar o desespero e espero tê-lo a levar o ar que me sufoca
Lucidez é luz que clareia e mostra meus aposentos feridos
Sentimentos retidos na vida prisão
Na falta de não fazer, (re)existo
Deixa-me surdo de silêncios
O fermento que aumenta
E atormenta meu breve espaço pra sonhar
A loucura que é lucidar
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