Por muito tempo
Me vi dependurado na lua
Meus caminhos eram minhas histórias
Contadas para que eu mesmo acreditasse
Olhando meu coração sem janelas
Disparando sol sem sombras
Uma menina feliz não me viu sentado
É assim quando se está vestido de pensamentos
Lágrimas são distantes demais para se ouvir
Vou colher intervalos
E plantá-los em vasos trincados
Pelo tempo descuidado
Semente da minha voz
De todos os dias cansados
Por todos os dias levados
Assim é meu hoje
Feito de horas que morrem
Momentos que nascem
No estampido abafado
Da consciência
Ouve-se uma cor
É a translúcida verdade
Antepondo-se à textura
Realidade
Amasso meu caminho
Coloco-o no bolso do esquecimento
Parto para onde não sei
Onde meus sonhos descoloridos e amarrotados
São os únicos a quem chamo de lar
2 comentários:
Sua poesia, de fato, não diz apenas, ela transmite. Um clarão, um canto obscuro, uma sensação explorada com a cadência da poesia, e nós leitores ficamos sentindo e nos imaginando a caminhar para o lar dos sonhos amarrotados. Um grande abraço.
Querido Leandro, atraída fui para sua poesia... E como foi bom voltar a ler sua alma, que irradia em cada verso seu. Sim, você está certo, você é o que transmite. E agora é hora de recuperar todos os sonhos!
Beijos da amiga.
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