quarta-feira, abril 25, 2007

Entre o sentir


Assim é a dor
Não a dor que dói
Mas a que corrói
No silêncio da consciência

Uma presciência
Da insignificância de todo saber
Mesmo um anjo saberia
Como é cega a tristeza
E eu entenderia a riqueza
À revelia do pouco
Que há de ser

Toda manhã germina
Cresce em esperança
Até o entardecer
Vela meu sono
Como se fosse o dono
Daquilo que não fui capaz

Imerso
Faço-me compartilhar
Ao lado dos que são
Sub-reptícios
Transeuntes do precipício
À borda do desvão

Tão tarde é tão nada
E a luz enfada
Por sentir que entre o sentir
O que se entendeu
Permanece ausente
E é como se sente
Mesmo na ausência da razão

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