quinta-feira, dezembro 29, 2005

Salamandra

À primeira vista parecia ser amor
Mas foi a queima-roupa
Que senti nossas chances nesse ardor

Teus sentimentos em carne viva
A flor de tua pele ousei colher
Pétalas de quem ama
Arranjam-se em vaso
De um invisível Ikebana

Todos os glóbulos em fogo
Consumiam avidamente
o que de olhos fechados podíamos ver

Se isso é amor ainda não sei
Pois se dizer que sei
Espanto revoada de azulões
Emudeço trovões
Desafino sinfonias
Trinco pote de jade
Incinero, tal como Nero,
O bem à maldade

Apenas sei ao dizer: “com quem andas?”
O que sou, abraço em esquecimento
E no suor-combustível
Amam-se duas salamandras

Um comentário:

Unknown disse...

ainda que estranhe a essa alma, agora apaixonada, continuo apreciando seus versos...belos e sempre significativos.

bijo

malmal