sábado, março 04, 2006

Varredura, Luz e Sangue

Tudo o que falo
Tudo o que escrevo
Tudo o que silencio
Não expressa o que sinto, o que penso
ou o que sei

Versejo; iço velas ao vento
Sob o qual tento navegar por mares da significância
E navego... nave ego

Sou Alma
Sou código de barras
Decodifica-me
Varre-me com tua leitura óptica
Ou te devoro pelo enigma
da mentira que só é mentira
o quanto à ela dá-se ouvidos insuficientes

Existir é a finitude de ser
Não ser é o viver infinito

É o tatear de um cego
estar de costas para a verdade?

Por minhas veias correm epitáfios
Lapidados por glóbulos solúveis à esperança
além da quimera da imortalidade

Minha vida se encaixa como uma luva faltando um dedo
por onde o medo, que outrora à soberba apontara,
acena agora ao último porto de onde partirá minha identidade