segunda-feira, janeiro 16, 2006

Renegado


Às vezes sonho que estou livre
sou a bomba que solta,
recusa atingir o alvo

Acordo e no silêncio de alvas pombas
vejo-me em meio ao bombardeio
As horas disparam

O tiro acerta o tempo e eu,
a tempos que me busco,
sou encontrado pela minha bala perdida

Chove lágrimas de verão
Sem capa deixo-me molhar de culpas
O sol já vai sair
Atiro-me à única munição
Meia Luz

Sem você meus dias são intermináveis
Meu coração é um salão vazio
Nele, meus sentimentos ecoam
Meus pensamentos destoam mais
Do que um quadro pintado por Dali

Ao transpassares minhas lembranças
Faço de conta que sou do contra
Que sou mais forte que Davi

Tardia noite chega
Minha mão se aconchega
Na vã procura por ti
Sonha com os próprios dedos
A tocar nos teus segredos
Que um dia desvendei ao te sentir